domingo, 21 de julho de 2013

MORFEMA , MORFE ,ALOMORFIA E MORFEMA ZERO


 

 MORFEMA , MORFE , ALOMORFIA  E  MORFEMA  ZERO   


 

MORFEMA

                O morfema é uma unidade abstrata e conceitual da morfologia .  O  morfema surge de processos  “arbitrários”  nas línguas  até se firmar  como um fenômeno   generalizado de determinada  língua  . A sua concretude ocorre  a partir de sua representação física : o morfe ( ao qual  pode não corresponder nenhuma  grafia , como ocorre com  a língua brasileira de sinais , LIBRAS ) . Flávia de Barros  Carone  cita  o linguista Gleason  ao concluir que o morfema é “ uma abstração que envolve significados  e possibilidades combinatórias  “ .

 Melhor dito : além do morfema representar “uma unidade mínima significativa”  ele  se caracteriza  pela “propriedade de  articulação  com outras unidades de seu nível” . Representa pois , uma “unidade formal abstrata provida de um ou mais valores semântico , referencial e/ou  gramaticais “.São exemplos de morfemas  os radicais , afixos ( prefixos , sufixos e infixos ) , vogais temáticas , vogais e consoantes  de ligação.

MORFE

Carone  , retomando Saussure , enfatiza o processo   de surgimento dos morfemas a partir de determinados fonemas . Ela enfatiza que nessa transição  acontece  a “ incorporação de um significado ao conjunto fonemático “  derivando disso os “morfes” . Portanto , como todo signo , o morfema  passaria a  ser constituído   pela    articulação  de suas duas faces : o  significante  e  seu  significado .   De acordo com  Carone ,  convém utilizarmos  “o morfe” como  designação específica da dualidade abstrato –concreta  inerente a todo morfema ( por isso , muitos defendem que a melhor terminologia a empregar seja morfe zero em detrimento do termo morfema zero ) .

ALOMORFIA

 

Há morfemas que  em determinadas situações  são representados por  variados morfes . De  acordo com Margarida Petter  , o conjunto de morfes que representam o mesmo morfema é composto por seus alomorfes , sendo que “nenhum alomorfe pode ocorrer no mesmo contexto que o outro “ (caráter distributivo) . Ou seja , denominamos de alomorfes  às diferentes representações físicas de um mesmo morfema ; constatando-se  variantes de significante  diante do mesmo significado .


Exemplos de alomorfia em português:
1-observando substantivos no singular e no plural  vemos que a ocorrência do "s" é regular para marcar o plural das palavras .Porém observamos a ausência do -s em alguns casos como : o pires / os pires  ou  o lápis  /  os lápis  opondo suas ocorrências no masculino e no feminino
2- há  alomorfias  de  particípio na conjugação verbal  ( vide tabelas em  Kedhi ) .

MORFEMA ZERO
O morfema zero é detectado diante de uma ausência de marca ;  porém   uma ausência que significa algo , detectada  no português sempre em ambiente de oposição  .  É um fenômeno de caráter flexional  observado , por exemplo , em substantivos e verbos .  De acordo com a professora Roberta , para  detectar o morfema zero  necessitamos de muito estudo e parcimônia  já que há três condições  , elencadas por Kehdi ,a serem satisfeitas a priori :
1-   constatarmos  que o morfema corresponde a um espaço vazio
2- o espaço vazio deve opor-se  a um ou mais segmentos ( observação através  de pares comparativos ).Ex.: amava / amávamos  .O vazio final  em “amava” contrapõe-se ao  -mos em amávamos .
3- a noção expressa pelo morfema zero deve ser inerente à classe gramatical do vocábulo examinado .  Ex.: se observarmos  quaisquer  flexões verbais   ,obrigatoriamente  ocorrerão nelas  referências de número  e pessoa ( podendo ser  o morfema zero , a referência encontrada ).   

Kedhi  atenta  para o fato de que enquanto “o morfema zero ocorre entre  uma série de morfemas , o alomorfe zero  ocorre entre uma série de alomorfes “ .
Exemplos de morfema zero em português :observando substantivos no singular e no plural  vemos que a ocorrência do "s" é regular para marcar o plural das palavras .Porém o singular apresenta a ausência de marcas ( menino / meninos ) .

 

 

 


3 comentários:

  1. Legal, Andrea. Mas seguem algumas observações:
    1. LIBRAS tem uma escrita própria, apesar de pouco divulgada;
    2. Não entendi o trecho "opondo suas ocorrências no masculino e no feminino" na parte de alomorfia. Está confuso, reelabore.

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  2. Também não consegui entender o mesmo trecho citado pela Roberta Ribeiro!

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