sexta-feira, 12 de julho de 2013

Texto sugestivo :Coexistir de Formas Livres , Presas e Dependentes


                               COEXISTIR DE FORMAS LIVRES, PRESAS E DEPENDENTES

(quarta postagem)

 
PRESAS

                Minha alma ficou presa ao túmulo dos meus avós. A memória afetiva da família foi eternizada a partir do traçado de um menino com 77 anos . Suas pinturas e desenhos   tecem tramas familiares entre nós e nossos bisavôs Sevilla, Anaya, Santin, Werneck, Barreto , Hernández , González , Guerra , Almeida.....(este último vindo de um clã de árabes fugitivos da  Inquisição).          “Al”,“ma’e”,“da”, almas idas, almas perdidas ....todos vivem em meu coração. Todos  a reviver trajetórias  através da curiosidade dos meus filhos diante dos quadros pintados pelo avô; presos que estamos à nossa história . 


 

LIVRES                                
                Sou livre para me lançar ao mar:  tartaruga marinha....carapaça genética .Por onde passo  levo minha casa de cultura milenar. Escolho o espanhol, que  tanto  amo ouvir , “hablar” , estudar.... . Me surpreendo ao encontrar quem compartilhe da mesma realização. Algumas , por motivos que a  “lógica” da  ancestralidade  não explica , vivenciam essa oportunidade com a mesma intensidade : que alegria , quanta emoção !
                Ironia diante da “liberdade”?  Como  mulher,  busco a igualdade .  Como  latino americana, busco o reconhecimento . Me encontro em luta constante contra as atrocidades e a impunidade . Encontro ,” com paixão “ , milhares de seres solidários coexistindo  , compartilhando batalhas  ;  momentos eternos de compaixão . Em busca estão da liberdade,  latente, diante da conquista de uma nova profissão .   


 

 DEPENDENTES ....

                Resolvi retornar às minhas raízes e retomar as minhas origens das quais minh’alma  é carente .Determino minha trajetória, apesar da história traçada por meus antecedentes (imigrantes fugindo das Guerras,da ignorância e da violência).
                Me encontro cruzando mares! Volto às areias milenares de um “Novo Mundo” de oportunidades... . E como índia que  sou , levo meus curumins : “por mi raza hablará mi sangre”. Talvez , assim, possam “ hablar   con  palabras  que brotan del corazón “ .
                Que fizeram com as minhas demais  línguas? Que fizeram com meus povos outros ? ! seus anseios , seus registros ... Onde estão as minhas demais raízes que minh’alma só se expressa nessas línguas que aqui estão ?
Grata sou por estas aulas ; portas abertas  para novas descobertas ! Delas dependo para reestabelecer conexões .

   

 P.S.: telas  de  autoria do pintor mexicano Diego Rivera
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

               

Um comentário:

  1. Andrea, muito legal as referências que você fez aqui (especialmente por serem ligadas ao teu país México). Parabéns! Mas faltou relacionar um pouco mais com a Morfologia, ou seja, com os conceitos teóricos de Carone, por exemplo.

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